terça-feira, 12 de abril de 2011

Utilização de filtros graduados neutros, com medição através da objetiva (TTL)

As câmaras digitais produzidas nos dias de hoje, têm uma grande capacidade dinâmica de captar uma imagem, entre 6 a 8 stops. Como termo de comparação posso referir que o rolo utilizado nas câmaras analógicas tem uma capacidade bastante inferior de 4 a 5 stops. Mas na realidade uma imagem tem de ter um contraste entre 3 e 4 stops para ter um nível de edição ideal.

Se a imagem a fotografar tiver uma gama dinâmica superior a 4 stops, algumas das tonalidades na imagem não serão registadas no ficheiro, principalmente nos extremos mais claros e mais escuros. O resultado é uma imagem muito contrastada e com possibilidade de edição reduzida. Para tal não acontecer é necessário utilizar filtros de densidade neutra graduados. No mercado, estão disponíveis em diversos tamanhos e intensidades, com transição suave e dura, adequando-se às diferentes situações.

No exemplo em baixo como mantendo o valor de exposição medido no primeiro plano, controlamos a imagem com um filtro graduado neutro. A primeira imagem não tem qualquer filtro, por isso o céu não tem qualquer informação. A segunda o filtro certo. A terceira um filtro sobre-doseado retirando à imagem a diferenciação de contraste real e necessária.

Para saber qual o filtro a utilizar é necessário medir a imagem a capturar. Com a câmara em modo manual, é necessário identificar qual a zona mais clara e a zona mais escura da imagem.
Com a opção de medição ponderada ao centro ativada, ou mesmo a opção de spot que ainda é mais precisa, é necessário medir essas zonas e anotar a diferença entre elas.
Por exemplo, com abertura f/16 e iso100 escolhidos, medimos a zona mais clara, lemos 1/15. Na zona mais escura lemos 0,5 segundos. Temos uma diferença de 3 stops. Temos que manter sempre uma diferença de 1 stop entre o céu e o primeiro plano (se for mais filtrado, a relação de tonalidade será “irreal”). Ou seja, se colocarmos um filtro de 2 stops (0,6ND) no céu, mantendo a leitura mais escura de 0,5 segundos, conseguimos uma relação aceitável de contraste e consequentemente um ficheiro com grande flexibilidade de edição. Se a relação de tons for maior ou menor teremos que utilizar o filtro que mais se adeque à situação. 


O filtro utilizado foi de transição suave devido à linha incerta onde a luz muda abruptamente, assim o ponto de transição é impercetível. Este filtro não tem qualquer tendência de cor.


Para melhor precisão na colocação do filtro basta pressionar o botão de visualização de profundidade de campo, quando estamos coloca-lo, a linha de transição será mais facilmente detetada.

PS: Fotografar em RAW é obrigatório :) 


Como informação complementar o post "Expor à direita", deve ser tido em conta no contexto deste post.



 "Samouq" -  Foto Editada

Dados técnicos: 0,5 seg. @ f/16 iso100, nd gr 0.6 suave

Marco Santos Marques
Lightscapes in Blog

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