domingo, 27 de fevereiro de 2011

Marco Santos Marques - Super Foto Digital

A revista Super Foto Digital inclui na sua edição de Março, duas páginas com Marco Santos Marques.


Um obrigado à Globalfoto.net e a todas as pessoas da Super Foto Prática pela a ajuda na divulgação do meu trabalho.

Marco Santos Marques
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domingo, 6 de fevereiro de 2011

Nave de Santo António - Parque Natural Serra da Estrela

Na passada quinta-feira nevou na Serra da Estrela e embelezou a paisagem com a sua indumentária branca. Queria captar uma imagem simples direta com a neve imaculada,  mas não iria ser fácil pois existiam muitos tufos de vegetação congelada que visualmente não seriam aprazíveis e "descompunham" a paisagem.

O primeiro local visitado no sábado ao nascer do sol, foi a Nave de Santo António. Os 4 graus negativos tornaram a tarefa mais difícil, mas a vida de fotografo é mesmo isto. Uma caminhada de 500 metros com neve pelo tornozelo serviu para aquecer os corpos gelados.

Para esta composição o momento de luz  teria que ser especial e especifico. Não queria o habitual pico iluminado, com o risco a meio do pico, pois acho que visualmente ficaria pouco interessante neste enquadramento. Queria algo que sugerisse a magia da paisagem e do momento único tal como ele foi.

Procurava algum elemento que dirigisse o nosso olhar para a nave e encontrei um local junto a um pequeno ribeiro que apontava directamente para lá. Após uma espera de uma hora, a esperança diminuía a cada minuto que passava, pois, o nevoeiro era cada vez mais denso, e caiam alguns farrapos de neve. 

Por mais que “evocasse” os deuses da montanha,  parecia que nada iria acontecer,  mais espertos do que eu, tinham ficado a dormir até mais tarde.

Uma abertura no nevoeiro criou esperança em mim e passados poucos minutos, fui brindado com 10 minutos dessa luz especial com uma diversidade incrível. Mas foi o primeiro disparo desta sucessão de momentos que prevaleceu. Mais me fez crer que o melhor seria estar sempre preparado, mesmo quando parece que nada vai acontecer. 


"Mountain and River Short Encounter"

A luz como eu visualizara,  evidência o plano mais longínquo da imagem. Fazendo ao mesmo tempo que a mesma tenha dois equilíbrios de brancos naturais e diferentes. Um no primeiro plano mais azulado por estar à sombra, iluminado pelo céu azulado por cima de mim. No segundo plano, mais avermelhado e quente iluminado pela nuvem, no topo da foto. O momento foi, é e será sempre inesquecível. Os deuses não dormem...

Dados técnicos: Canon EOS 5D, 17-40mm, com filtro polarizador e um filtro ND graduado de transição suave de dois stop’s, tripé e cabo disparador.

Um agradecimento especial ao Pedro Santos e ao Miguel Serra :)

Marco Santos Marques
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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Expor à direita

Considerando o processo fotográfico e a sua evolução.
 
Na última década o processo fotográfico, identificado como “workflow”, sofreu uma grande evolução para patamares de controlo impensáveis, até então. Do planeamento ao processamento, da publicação à impressão. Todas as partes do processo evoluíram, com instrumentos e conhecimentos, que nos facilitam todas as fases do processo. Neste texto vou referir a fase da captação de imagem, como esta pode ser feita de modo a obter os melhores resultados possíveis.

Uma das fases do processo que bastante contribuiu para esta evolução, foi a captação do próprio ficheiro. Antigamente o ficheiro era captado com a preocupação de ficar bem exposto, para isso tiravam-se várias exposições para garantir que cena era captada da melhor forma. Este método pouco flexível dificultava a interpretação = impressão. Passar o “momento visualizado”, para o papel é ainda uma tarefa muito difícil, só após muitos anos é possível dominar o processo com precisão.

A câmara e o nosso cérebro vêem de maneira distintas. A câmara ajusta o valor de exposição perante toda a cena. O nosso olho só consegue visualizar um fracção da imagem de cada vez adaptando-se a sua luminosidade constantemente. Entender esta diferenciação é essencial, para percebermos o limites da câmara em relação ao nosso cérebro.

O histograma é uma das ferramentas que mais nos pode ajudar. Os histogramas são normalmente divididos por cinco fases de informação. Em alguns modelos de máquinas esta divisão não é visível, de qualquer modo não será difícil imaginar uma divisão em cinco partes do histograma. Aqui é necessário ter em mente a quantidade de informação retida no histograma em cada uma dessas fases. 

 Histograma correctamente exposto à direita

Do lado esquerdo para o direito, portanto do lado escuro para o claro, os cinco níveis de informações estão assim estipulados em megabytes.  128, 256, 512, 1024, 2048. Expor à direita é no fundo captar o ficheiro com o maior número de bytes possível. De referir que uma imagem captada nas quatro divisões mais escuras (128 + 256 + 512 + 1024 =1924) não capta tanta informação como um ficheiro captado somente na fase mais clara do histograma 2048.  Na realidade o importante é ter a noção que na hora de captar o ficheiro este terá que estar o mais encostado à direita, sem queimar as luzes altas. 
Posteriormente na fase de processamento será mais fácil a interpretação do momento. 

PS: Quando captado assim, a imagem ao ser visualizada no LCD câmara tem uma aparência sobre-exposta, o que é normal, mas é facilmente corrigida em qualquer editor de imagem. 

Marco Santos Marques
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