Morando eu na grande Lisboa, mais concretamente na linha de Sintra. Considero que é uma sorte ter tanta diversidade de motivos fotográficos. O PN Sintra – Cascais, o Estuário do Tejo e o PN Arrábida apresentam-se como solução. Mas por razões óbvias o PN Sintra – Cascais é a solução mais próxima e consequentemente mais económica e na minha opinião com mais diversidade. Das dunas do Guincho, à Peninha. Do Cabo Raso à Praia da Ursa. Uma diversificada e maravilhosa paisagem costeira, com praias paradisíacas, com areal, com rocha, inacessíveis, acessíveis. Grutas secretas, cascatas sazonais(inverno), um promontório com mais de 50 metros de altura, o ponto mais ocidental do Continente Europeu, o Cabo da Roca, são apenas alguns exemplos.
Com um pouco de investigação é possível encontrar locais poucos visitados com enorme potencial fotográfico. Nos últimos anos, todos estes locais, foram essenciais no meu entendimento e prática regular desta difícil actividade artístico fotográfica. O motivo seja ele qual for é sempre diferente de dia para dia, portanto, desafiante!
A fotografia de natureza tem inerências muito particulares. A luz, o mais importante, é sempre diferente! A sua cor, intensidade e direcção mudam a cada segundo. Este Julho por exemplo apesar dos céus sem nuvens em todo o Continente, a serra de Sintra com uma vida climatérica à parte, esteve dias a fio coberta de nuvens. É necessário ter a percepção de como evolui as condições climatéricas no local, o vento dita a velocidade das transições e normalmente é bem veloz.
Dou como exemplo de duas fotos tiradas na Peninha, Serra de Sintra, os locais onde foram tiradas não distam mais de duzentos metros um do outro. A primeira “Trought the trees“, apesar de conhecer muito bem o local e visitá-lo regularmente, são raras as manhas em que se consiga captar bons momentos de luz com enquadramentos interessantes. Neste caso percebi que existiam grandes probabilidades dos raios atravessarem a copa das árvores, o vento quase inexistente permitia que as nuvens assentassem mais junto ao chão criando uma camada consistente para o raio de sol incidir. Tive sorte, esperei cerca 40 min. e aconteceu, o sol conseguiu atravessar consistentemente as nuvens.
“Trought the trees“
A segunda “Evanescent Gate“, as condições climatéricas eram aparentemente as mesmas da semana anterior. Mais uma vez, o manto de nuvens humedecia a Peninha. A única diferença era o forte vento. Fazia com que a humidade trazida pelas nuvens ficava-se nas folhas, no topo das árvores e com o vento a água caía. Chovia moderadamente. Esta foto foi com o chapéu de chuva aberto, nada de complicado. Desta vez o sol pintava a paisagem com pequenas nuances de luz com muita velocidade. A camada de nuvens não é suficientemente consistente. Os raios de luz da semana anterior não chegaram a aparecer.
“Evanescent Gate“
É preciso ter a noção que nem sempre que saímos para fotografar, é possível captar imagens de qualidade. Mais vale poucas imagens com boa qualidade do que muitas de média qualidade. Sem dúvida que fotografar junto a locais nos arredores da nossa área de residência tem muitas vantagens. Conhecer o local em todos os seus aspectos e visitá-lo regularmente. A probabilidade de captar algo diferente e especial aumentará.. perto de casa!
Posteriormente até se tornará mais fácil conseguir boas imagens em locais que só visitarás uma vez na vida. Mas isso leva-nos a um novo post.
Excelente artigo.
ResponderEliminarJá o partilhei na minha pagina no Facebook para que mais pessoas o possam ler, recomendo!
Fico à espera do próximo sobre os locais que só visitamos uma vez.
Grande abraço
Rui